sexta-feira, 26 de agosto de 2011

2 momentos

Quando topa com um chato num café, dispara:
 
" - Você já se ouviu alguma vez, quando fala?"

Num bar com Pascin, duas modelos, e mais algumas cervas.

"- Não quer dar uma voltinha com ela? - perguntou Pascin, olhando com um sorriso  para a irmã morena.  Ela bem que gostaria disso.

 - Não exagere. Você já deve ter cuidado dela por hoje. A morena sorriu para mim,com os lábios entreabertos.

- Ele é um safado - disse ela - mas é bonzinho.

- Você pode levá-la para o estúdio, se quiser.

 - Vamos deixar de safadeza -  disse a loura.

- Quem é que pediu sua opinião? - perguntou Pascin.

- Ninguém. Mas eu digo o que quero."



Jules Pascin
 























(Hemingway em Paris é uma Festa)

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Yamandu Costa com o seu Violão e Mate

Segunda-feira é difícil. Um dia lento, e sem graça. Parece que todo mundo está numa preguiça danada, né. Mas ontem, pelo ao menos, na parte da noite foi diferente. Fui assistir ao show do Yamandu Costa lá na Sala Villa-Lobos. E caramba! Que show! O mal humor sumiu num piscar de olhos. Ele tocou num projeto de música instrumental que também reuniu músicos aqui da cidade - Dudu Maia com a banda dele (me esqueci o nome), e o Jaime Ernest Dias. Uma noite bastante agradável. Fiquei pensando como seria bom se a minha semana começasse sempre assim: inspirada. O Dudu Maia apresentou um show bastante festivo. Gostei de Noites Cariocas do Jacob do Bandolim, e do seu forrozinho - Não tem coré-coré. O Jaime flertou com o jazz, e a banda além de inspirada também foi certeira. Um show que eu ficaria a noite toda curtindo. No fim da sua apresentação ele chamou a sua esposa que toca violino e aí mandaram um frevo alvoroçado. Para fechar a noite entrou o Yamandu. Eu nunca tinha assistido um show dele ao vivo, e vou te dizer uma coisa leitor do caneco -> se esse camarada aparecer na tua cidade, não marca bobeira, reserve o seu ingresso porque você vai encontrar algo belo. Quando ele terminou a primeira música parecia hipnotizado. O cara simplesmente mastigou o violão. Virtuosismo, precisão, cadência, melodia, poesia, e alegria. Eu tava precisando escutar um som desses. O repertório foi abrangente. Teve música de um compositor colombiano, uma para a esposa dele, outra para o filho... Aliás, na primeira fila tinha uma pessoa com um neném, e ele dedicou a canção ao bebê, a música, segundo o Yamandu era para ver se aliviava a cólica, ou melhor, a ressaca do neném. Ao final ele dedicou outra canção ao grande Raphael Rabello. Noite ganha! Depois até pensei em cair na farra, mas resolvi ficar quieto. Se começasse na segunda iria até o domingo fácil, fácil. Então preferi deixar quieto. Se você não conheçe o som dele e quer dá uma sacada, aí vai uma apresentação em Cabo Verde PLAY
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Se você quiser ver a entrevista dele no Jô Soares é só clicar aqui
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Um trecho do show de ontem: aqui 

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Olá! Como vão as coisas?

Foto: Getty Images
A nova música de trabalho dos Red Hot Chilli Peppers se chama - The Adventures of Rain Dance Maggie, e o clip foi gravado na praia de Venice Beach - California. Foi nessa praia que o Jim Morrison leu os versos de Moonlight Drive pro Ray Manzarek nos anos 60. E a partir daí cairam na estrada com os Doors. Essa música do RHCP ficou bacana. Foi gravada por agora, e eles reviveram aquela mesma ideia dos Beatles no Rooftop Concert quando se apresentaram no terraço de um prédio e a farra tomou conta do lugar. Muito legal o clip. Final de tarde, som e praia. Uma combinação perfeita por esses dias de umidade baixa, e frio na madrugada. Clip: Aqui Farra: Aqui    

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Quanto mais velho, melhor...

- Vocês ficaram malucos!
- O que foi cara?
- É! Qual é o problema?
- Esse vinho é da coleção da adega do meu pai, porra. Vocês tiveram a coragem de abrir um Concha y Toro, safra de 1982. O velho vai me matar!
- Ué! Achei que podia abrir.
- O velho nem vai perceber bicho. Tem muito vinho ali. Essa garrafa não vai fazer falta.
- É isso mesmo. Relaxa aí cara, pega um copo lá e toma um gole aqui com a gente, pô.
- Tomar um gole, o quê, pô. Sacanagem, viu... Não gostei dessa brincadeira, não.
- Vinho foi feito pra beber, ora.
- É véi... Vinho foi feito pra beber, e não ficar guardado. Esse negócio de coleção é papo furado. Ele deveria colecionar é selo, pô. Oh vinho bom, toma um gole aí, rapá.
- Por que vocês não abriram o vinho que tá ali na mesa? Esse aí não era pra abrir, não, cara. O velho tem um ciúmes desgraçado dessas garrafas.
- Ih... Larga de ser chato. É só essa, ora. Não vai matar ninguém cara.
- Fica frio bicho. O velho nem vai perceber. Qualquer coisa a gente enche com suco de uva, e volta com a garrafa lá pra adega. Ou então muda todas as garrafas de lugar. Fica tranquilo.
-  O velho vai me matar.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Bloco de Notas

Um leve papo sobre qualquer tema banal. As horas passaram sem perceber cansaço. Mais tarde procurou uma palavra no dicionário. Grampeou o recibo numa conta e desligou o celular. Numa esquina alguém gritou pelo seu nome. Fechou a porta do carro. Deu partida, engatou a primeira e foi embora. Por alguns segundos não pensou em mais nada até ficar preso num engarrafamento barulhento. Nenhuma música combinava com o lugar. Talvez o silêncio seja algo impossível de se conseguir. Precisava dormir, mas cadê o sono? Notou uma caneta jogada no assoalho do carro. Deixou por lá mesmo.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Locadora do Caneco

Meu irmão me indicou um link no you tube do filme The Warriors (Selvagens da Noite). A gente curti bastante esse filme. Já assisti várias vezes, e até hoje não enjoei. Ele foi rodado no fim dos anos 70. E pra mim ainda tá de pé. Você vê como é a fotografia. Percebe o andamento dos quadros. Dá uma sacada no clima daquela época. O roteiro é simples, e bem montado. Em Nova Iorque as gangues caiam na porrada entre si, e contra a polícia. A maior da cidade - Gramercy Riffs promove um encontro selando um pacto para que todas elas se unissem contra os cana. Mas nessa reunião matam o seu líder Cyrus, e acusam injustamente os Guerreiros pelo crime. O filme é sobre essa gangue que tenta voltar pra casa (Coney Island) enquanto as outras estão incumbidas de lhe esfolarem vivos. Um ótimo filme pra se assistir na madrugada. Parece que vão fazer um remake, ou estão fazendo. Só espero que não estraguem a reputação do original. Coloco esse filme na lista dos meus prediletos. Se você ainda não assistiu, pare de ler esse post agora, e vá correndo pro you tube. Corre! Vai... Aqui 

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Xibiu

Meio sem tempo pra escrever por aqui. Ao ler alguns jornais sempre tenho encontrado uma notinha sobre a tal declaração da cantora famosa. Uma declaração pelo buraco que mais lhe dói. Será que ela já escutou essa canção? Velhas Virgens na vitrola!!!! Curti aí: play

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Agora você pode cantar tranquilo

Anteontem o Supremo Tribunal Federal (STF) numa decisão unânime dispensou o registro da ordem dos músicos para o exercício da profissão. Quer dizer: o músico não precisa mais da "carteirinha" pra poder se apresentar ao vivo. Agora tá liberado. Ele não vai ficar naquela agonia boba por não ter o registro, ou melhor, o selo de qualidade da Ordem dos Músicos do Brasil (OMB). Pra quem não sabe como funciona, se o músico não tivesse a carteira da OMB, e fosse pego numa fiscalização, era bem capaz dele ser impedido de se apresentar, ou até pagar multa. O músico ficava de mãos atadas. Já ouvi falar que os caras já tiveram a audácia de até confiscarem os instrumentos. Ah! Isso não pode acontecer, né. 

Eu particularmente fico feliz com essa decisão porque não vou ter que desembolsar nenhuma grana, e nem enfrentar uma fila miserável pra mostrar umas escalas, e cantar uma música, e daí provar se sei tocar ou não. A carteirinha do músico é a noite, o público, o ouvinte. Sinceramente, achei bacana essa decisão do STF. Não tenho essa carteirinha. E nem ia tirar. Se não me engano o preço girava entorno de R$ 250 a R$ 300, e parece que ainda havia a mensalidade, ou algo assim, não tenho muita certeza. 

A Ordem dos Músicos não é bem vista nem pelos próprios músicos. Sei lá, tomará que com isso as coisas melhorem um pouco. Existi muita hipocrisia nesse meio musical. Muito músico que acha que só ele está certo, só o método dele vale, só a música dele está correta. Lembra daquela velha briga entre a norma culta e a falada? Me lembro que quando comecei a estudar violão, o professor me perguntou algumas músicas dos artistas que eu gostava, para que depois ele pudesse tirar, e me passar as notas. Isso funcionou durante um tempo, mas resolvi cair fora porque eu não conseguia pensar musicalmente. Só reproduzia o que ele me passava. Depois que comecei a estudar sozinho encontrei o meu jeito de compor, cantar, e até hoje é assim. Não sei ler partitura, e por enquanto não tenho interesse em aprender. Isso não atrapalhou nem um pouco a minha música. Tenho uma amiga que não sabe tocar nenhum instrumento, não é cantora profissional, mas compõe que é uma beleza. E aí? Como fica? Será que ela precisa de uma carteirinha para validar a sua arte? 

Uma canção nasce primeiramente do sentimento. Depois ela se torna melodia para aí sim desembocar num conjunto de notas musicais. Inclusive vejo uma porrada de músico preso ao papel. Que se borram de medo de tentar um vôo mais alto, e encarar uma composição, fazer uma música só sua, algo que estava ali guardado nos rabiscos do caderno e que agora se torna canção. É bacana aprender a tocar com um método. E esse método ser aceito como norma a ser seguida. Mas isso não garante que você vai ser um músico. Enquadrá-lo como estava fazendo a Ordem só atrapalha o artista de mostrar o seu trabalho. Percepção musical não é algo uniforme, vai de cada um, e mensurar isso pode ser perigoso. Tenho um outro amigo músico que foi reprovado só porque errou uma notinha na escala do baixo no dia da prova. Parabéns STF!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Mãos ao Alto!

Ontem vi no jornal uma matéria intrigante. Um camarada fez um empréstimo de R$ 2000,00 pilas no banco. Decerto tava precisando da grana então resolveu encarar. Aí resolveu todos os trâmites, e com o dinheiro no bolso foi assaltado assim que deixou o banco. Você já deve ter ouvido falar dessa tal "saidinha de banco", né. Isso tá um perigo. Mas para "sorte" dele pegaram o ladrão e recuperaram a grana. Logo podemos imaginar que foi muita sorte dele ter recuperado o dinheiro, e que bom que mais um malandro tá preso, e é isso aí. Mas ao ver o extrato do empréstimo bancário já não sei mais o que é assalto. O cara pegou R$ 2000,00 e vai pagar 48 parcelas de R$ 150,60. Multiplica aí só para você ver o quanto o camarada vai pagar ao final do contrato. Caro amigo, assim como você registrou um BO contra esse infeliz que te assaltou, você deveria registrar outro BO contra o banco que te emprestou essa grana. Por que você recuperou o dinheiro de um lado e perdeu do outro. Infelizmente você foi assaltado duas vezes. Puta que pariu....