envolve a gente de tamanha paz.
Não é nudez datada,
provocante.
É um andar vestida de nudez,
inocência de irmã e copo d’água.
O corpo
nem sequer é percebido
pelo ritmo que o leva.
pelo ritmo que o leva.
Transitam curvas em estado de
pureza,
dando este nome à vida: castidade.
Pêlos que fascinavam não
perturbam.
Seios, nádegas (tácito armistício)
repousam de guerra. Também eu repouso.
repousam de guerra. Também eu repouso.
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A bunda, que engraçada.
Está sempre
sorrindo, nunca é trágica.
Não lhe importa o que vai pela frente do corpo.
A bunda basta-se.
Existe algo mais?
Talvez os seios.
Ora - murmura a bunda - esses
garotos
ainda lhes falta
muito que estudar.
A bunda são duas
luas gêmea
sem rotundo meneio.
Anda por sina cadência mimosa, no milagre
de ser duas em
uma, plenamente.
A bunda se diverte por conta
própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia
infinita.
Lá vai sorrindo a
bunda.
Vai feliz na carícia de ser e balançar
Esferas
harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda
redunda.
(Carlos Drummond de Andrade em O amor
natural, 1992)
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