O time dos sonhos |
Abaixo vai uma
crônica do Luis F. Veríssimo que está no jornal Estadão de
hoje. Sugiro que leia primeiro a crônica (abaixo) e depois volte até esse ponto
aqui e finalize o restante do parágrafo. Vai lá! Não concordo com a tese
dele. Se o time terá que se submeter às regras amadoras da série B é por que
durante o ano inteiro se comportou de maneira amadora. E nesse ano, o Palmeiras
não foi nem um pouco profissional. Foi terrível! A série B é truculenta e
mostra como o futebol brasileiro é de fato. Acho que o time que cai
ali dentro, ele vai ter que mostrar se a sua tradição, e o seu tamanho
realmente tem força pra manter o seu respeito intocável. Não tem essa de clube
do bolinha. Time grande ou pequeno tem botar a cara à tapa, sem medo, e com
muita coragem. Seria sacanagem, só por causa da tradição e do tamanho,
continuar num posto privilegiado por incompetência. Pra mim
incompetência no futebol é sinônimo de degola, ou se você quiser: segunda divisão.
Ou se for mais incompetente ainda: terceira divisão. E assim até o fim do
buraco. Seja quem for. Gosto dos textos do Veríssimo, e da sua obra, mas
futebol é assim mesmo, seja em crônica ou num papo no boteco, cada um tem a sua tese.
Desce uma gelada e outra dose de São Francisco aí, Seu Léo! (o irmão
gêmeo do Charlie Watts dos Stones)
Uma Potência que Cai
Por.: Luis Fernando Veríssimo - Jornal: Estadão
Fluminense campeão por antecipação,
Palmeiras na segunda divisão. O que pior se espera de um campeonato de pontos
corridos e com bloco de rebaixados aconteceu: um líder disparado que torna as
últimas rodadas supérfluas, a não ser para quem ainda busca consolo na
classificação para uma das competições satélites, e uma potência que cai.
Defendo, solitariamente, a tese de que deveria haver uma espécie de liga de intocáveis, clubes que por sua tradição e pelo tamanho e poder econômico da sua torcida estariam imunes ao vexame do rebaixamento. Isto não eliminaria o ascenso e o descenso, ainda haveria lugar para os times que vêm de baixo subirem na vida. Apenas os grandes clubes, por pior que fossem nos campeonatos, e por pior administrados, não correriam o risco de cair. Estariam, por assim dizer, protegidos da sua própria incompetência.
Minha tese não é elitista nem sentimental. Se baseia em frio raciocínio capitalista. Qual é a lógica de um negócio que de uma hora para outra mutila o seu próprio mercado, tirando de cena uma das suas maiores atrações e dispensando o seu público? Eu sei, eu sei. As estatísticas mostram que as grandes torcidas não abandonam o time rebaixado, antes reforçam a sua devoção para ajudar a tirá-lo do buraco. O que é muito bonito, mas não esconde o fato de que grandes organizações profissionais como o Palmeiras são obrigadas a se submeter a regras amadorísticas.
Shakespeare sabia que a morte de um comum pode ser trágica mas só a morte de reis dava boas peças. Uma potência que cai tem ressonâncias e implicações que fazem pensar, como a queda dos reis shakespearianos, na transitoriedade da glória fugaz, e nunca é um espetáculo menos que impressionante - mesmo que a imagem que perdure seja apenas a de uma torcedora enxugando as lágrimas com a camiseta do clube.
Mas eu não deveria estar escrevendo tudo isto. Ultimamente minha única alegria como torcedor tem sido a de poder dizer que, falem o que falarem dele, o Internacional jamais caiu para a segunda divisão.
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