quarta-feira, 20 de abril de 2011

Capital sem Final

Queria escrever um poema, ou um texto, ou um post, ou qualquer coisa que me lembrasse Brasília. Amanhã a cidade completa 51 anos. E não pensei em festa. Nessas comemorações que o governo vai promover por causa da Copa do Mundo. Só pensei nas pessoas. Nas pessoas que vieram de outros estados e firmaram o seu porto por aqui. Nos que se casaram. Nasceram. Morreram. Nessa gente que rabisca o dia a dia sem ser notada. Merecem respeito. Toda vez que tô fora quero voltar. Fico pensando se um dia eu tiver que morar em outro estado, como vai ser? Como vou me comportar? E a saudade? A cidade cresceu muito nesses últimos anos. Tá ficando mais violenta, mais preocupada, sem saúde, sem educação, trânsito caótico, coisa de cidade grande. Mas tem uma Brasília que permanece a mesma. Uma Brasília faceira. Que ainda consegue se divertir, e sonhar. Dessa Brasília me alimento. Dessa Brasília tomo um chopp gelado. O que é ser candango? Sempre quis descobrir o que é ser brasiliense. Tenho amigos de outros estados que brincam comigo me chamando de candango. E eles acreditam que me chamando assim vão me sacanear, mas que nada. Eu até gosto. Sou fã dessa palavra. Inclusive bisbilhotei no dicionário informal e lá está: "Brasiliense" ou "Candango" são os nomes que se dão a quem nasceu em Brasília. "Candango" é o termo dado aos trabalhadores que imigravam à futura capital para sua construção. De origem Africana, Candango significa "ordinário", "ruim", e era a denominação que se dava aos trabalhadores que participaram da construção de Brasília . Já segundo o Dicionário de Folclore para Estudantes, "candango" é palavra do dialeto quimbundo, da região da atual, com a qual os africanos escravizados nomeavam os senhores de engenho. Pela importante atuação na criação de Brasília, hoje o nome "candango" é dado também as pessoas que nascem no Distrito Federal, uma forma de homenagear os pioneiros. Então ser candango ou brasiliense é motivo de muito orgulho pra mim. Essa cidade tem as suas particularidades, e não é fácil de se viver. Não consigo explicar muito bem. Uns dizem que é o clima, ou a relação que temos com poder, sei lá. Só sei que eu continuo na mesma levada: candango & andando.
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No meio do cerradão
Brasília fica tão metida
Com as suas asas abertas 

Tão iluminada a noite

Que se bobear 
Lá do espaço o astronauta 
Consegue ver o jantar
(RF)

2 comentários:

Alan disse...

E ae...Dias de sol em casa, precisando de uma cachoeira...

RF disse...

Yeah!