Quando acordou não sabia que horas era, mas o sol ainda dava uma trégua. Foi caminhando lentamente até a cozinha. Notou a pilha de pratos que se amontoavam aos montes. Com dificuldade encontrou um copo limpo. Tomou água gelada. Ligou o som numa rádio qualquer. Não deu muito certo. A música que passava naquela hora era terrível. Percorreu por toda FM e encontrou um som calmo. Deixou lá mesmo. Pensou em jogar os copos, os pratos, e os talheres no lixo só pra não ter que lavar. Mas sem escapatória: catou a bucha, o sabão líquido e começou a tarefa. Lavar a bendita louça. Oh trabalho ordinário. Enquanto ensaboava começou a tocar Tom Waits na rádio.
A música preencheu o ambiente de forma tão engraçada que até a louça já não incomodava tanto. Ficou rindo ao embalo da canção. Lembrou-se do Charlie Chaplin. Quis ensaiar alguns passos. Desistiu. Era melhor curtir oTom Waits. Iniciar bem a manhã. Yeah! É isso aí. A locutora foi certeira. A música acabou e veio outra canção na sequência. Mas ela não tinha o mesmo clima da anterior. Parou de prestar atenção nisso, e se concentrou nos copos. Outra música veio, e daí a locutora começou a falar o nome dos artistas, e das canções daquela sequência. Deixou o sabão na pia e sentou-se a cadeira. Tava esperando o momento em que ela fosse falar do Tom Waits. Precisava anotar o nome da música. Só que a locutora não citou o Waits.
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