Ela preparou o encontro nos mínimos detalhes. Comprou vinho, uvas, morangos. Jogou pétalas de rosas pela casa. Separou aquela lingerie em que a calçinha só tem uma tirinha. Espalhou velas. E pensou até na desculpa da véspera. No motivo pro camarada não desconfiar. Era o primeiro dia dos namorados juntos. A grande surpresa. E a data coincidiu de cair no domingo. Ela acordou animada. Tudo estava dando certo.
Deixou o cara passar o dia na rua, sair com os amigos, assistir o jogo do flamengo no boteco. Precisava despistá-lo. E apesar do domingo ser dia dos namorados o bar estava cheio. Solteiros & solteiras, casados & casadas, vagabundos & maníacas. Tinha gente que não acabava mais. Então ela ligou pra ele, e combinaram de jantar num restaurante, e depois iriam dançar. Papo. A surpresa seria muito mais caliente. A noite prometia. O jogo estava acirrado. E ele topou com a ex-namorada na saída do banheiro. Puta coincidência! Papo vai, papo vem, relembraram os momentos juntos, as brigas, as reconciliações. Mas agora ele estava namorando sério, e ela tava sozinha, fingindo normalidade, carente, pensando em até agarrar o garçom nesse dia tão complicado.
Começaram a dividir a mesma bebida. E a merda estava por vir. Foi quando a atual resolveu aparecer no bar - fazia parte da surpresa -, e viu o namorado na maior intimidade. Tomou um susto! Bateu a fúria. Logo no dia dos NAMORADOS! Quebrou o bar inteiro. E nesse dia tão dengoso acabaram os três na delegacia do bairro. No boletim de ocorrência, a tentativa de homicídio foi a melhor desculpa para um pequeno gesto de amor.
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