Ainda não tinha acertado o relógio no horário de verão. Os gestos iam ganhando força. E o caminhar não era diferente: se arrastava pelo chão frio passo a passo. Ainda tinha tempo. Poderia ir com calma. A chuva estava bastante forte lá fora. Pensou em esperar mais um pouco. Julgou ter acordado cedo demais. Bebeu água num só gole, nem quis chegar no café. Em seguida saiu. Ganhou a avenida. Nenhum carro a sua frente. No balão surgiu um com a seta ligada. Parou o carro no estacionamento próximo. Só depois descobriu pela atendente do caixa que já estava atrasado há uma hora. Maldito horário! Quis manter-se no relógio antigo. Que diferença faz? Todo mundo ao redor parecia atrasado. Pensou no tal relógio biológico. Será que essa merda funciona de verdade? Só sabia que estava num sono miserável.
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