domingo, 22 de abril de 2012

Ao reduzir a marcha antes do quebra-molas


De vez em quando retomo alguns hábitos. Ler num sábado a tarde, por exemplo. Nesse último não fiz isso, mas quando decido ler alguma coisa, estico a perna deitado na cama e vou em frente. Li alguns livros do Hemingway sempre no sábado a tarde. Cai bem. Não sei por quê? Na verdade eu achava que ler era estabelecer um papo, mas não é. Ler é ouvir. Só depois quando estou fazendo outra coisa qualquer é que consigo digerir o que acabei de ler. E nem todo escritor sabe falar como nem todo leitor sabe ouvir. Ontem pensei em fazer isso novamente, retomar os livros que estão parados, mas dei mole. Depois de abastecer o carro peguei a avenida errada e ao passar pelo bar do Léo, um amigo me viu e acenou com a mão. Já em casa o celular tocou com uma intimação: “vem tomar uma cerva comigo”.  Fui pro bar e fiquei até tarde. E como sempre o papo foi bom. É verdade! Conheço gente pra caramba. Músicos, funcionários públicos, vagabundos, donos de bar, professor, professora. Cada um com seu jeito de ser. Ontem fiquei bebendo com dois amigos que são professores de Judô. Na hora me lembrei do Leminski que também foi judoca. Os caras me chamaram pra academia. “Rodrigão você tem que fazer um esporte, vem malhar com a gente”. “Nilo, a última vez que entrei numa academia pra malhar eu deveria ter uns 7 anos de idade”. “Cara, a academia tá cheia de mulher gostosa, e malhar faz bem Rodrigo.” “Só entro numa academia se lá tiver um bar”. A risada foi boa. Degustamos bem umas 15 cervas. Depois fui embora. Olhei para os livros na estante, pensei em encarar algum, mas desisti. Tô muito preguiçoso nesse mês. Na verdade meio cansado. Até esse blog está às moscas. Sai com uma menina, e era ela que pedia a cerveja ao garçom. “Pô, Rodrigo você tá aí só encostado nessa cadeira, tô sendo má companhia?”. “Que nada, adoro a sua presença, eu e que tô sendo uma má companhia, mas deixa pra lá senta aqui perto de mim”. Hoje abri um livro do Bukowski e li um trecho em que ele ia apostar nas corridas de cavalos em Água Caliente no México. E ele fazia isso sempre aos domingos, e quando voltava pra casa ficava pensando se ia achar umas duas ou três latinhas de cerveja na geladeira. É que a mulher dele poderia ter bebido todas elas, e aí já era. Bom, hoje é domingo, e tem um joguinho do campeonato carioca. Mengo X Vasco. Vai ser barra pesada. Aposto as minhas fichas no meu Mengo. Tô meio ressabiado, mas não deixo de torcer nunca. Acho que já deu pra escrever esse post. 

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