"Eu sempre fui criticado por meus conterrâneos por contar mentiras, por não fazer história, ou por que tudo aquilo que digo ou escrevo – dizem – nunca ocorreu. E é verdade. Para mim, o primordial é a imaginação. (...) A imaginação é infinita, não tem limites, e é preciso romper onde o círculo se fecha. Há uma porta, pode haver uma porta de saída, e por essa porta é preciso desembocar, é preciso sair. Assim aparece outra coisa que se chama intuição; a intuição leva-nos a adivinhar algo que não ocorreu, mas que está ocorrendo na escritura. Resumindo: trabalha-se com imaginação, intuição e uma verdade aparente; quando se consegue isto, então conseguiu-se a história que queríamos dar a conhecer. Creio que isso é, em princípio, a base de todo conto, de toda história que queremos contar".
Juan Rulfo
(Nossa América nº 3 / Ano 1992)
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