terça-feira, 28 de agosto de 2012

A todo momento


E calculou o que deveria fazer. Na rua mudou o rumo. Antes quis voltar, mas foi em frente. E esqueceu. Na hora de pagar a conta acabou a energia. Em poucos minutos voltou. Um rosto mal encarado passou do seu lado esquerdo a cinco, ou três minutos atrás. Mas agora é a moça do caixa que tem um sorriso calmo pelo agradecimento da compra. O solo de piano vem novamente com a sua base lenta dizendo que ainda está por perto. A música é uma velha conhecida. Insistentemente vai do início até o refrão. Depois volta e começa de novo. E de cada passo ao que é apresentado, a combinação talvez estivesse em boa companhia. A movimentação ao redor ainda é calma. Tem somente a voz de algumas pessoas. Mas o piano quer ficar mais. Como se assoprasse ao pé do ouvido algo não muito importante. Talvez alguma coisa que não fosse pra ser encarada com tanta veemência. E a música ficou assim durante um tempo. Parecia um disco furado. Não dava para cantá-la até o fim porque era difícil. Não tinha decorado. E quando ela já não estava tão bem acomodada foi embora pra que se pudesse continuar o dia. 

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