Quase em frente à porta da frente deu uma topada na cadeira.
Doeu! A pancada foi certeira, ficou latejando, mas não demonstrou nada. Catou a
chave, e saiu. Fechou o portão no dedo. A unha ficou com um arranhão na base. Olhou pra janela de um prédio na avenida central e avistou um cara e
uma mulher quebrando o pau. Na varanda tinha um varal cheio de roupas. Aos berros tentavam um acordo. No fim da rua um ônibus ultrapassou o táxi sem obedecer o pedido da faixa de pedestre. A fumaça preta cuspia do seu escapamento ainda mais forte. O dedo da mão começou a doer. Lembrou da infância. Isso não foi nada. Então passou a mão
no rosto logo após ter atravessado a rua. Quando chegou ao outro lado não viu a calçada, e sem prestar atenção esbarrou
numa menina que vinha no seu rumo. Sem querer quase a jogou no chão.
- Oh! Me desculpa.
- Tudo bem.
- Machucou?
- Não.
- Desculpa mesmo. Foi mal.
- Tranquilo. E você? Tá bem?
- Acho que sim.
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