sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Desvios do que precisa ser guardado

A voz rouca reclamava, sentia falta, pedia algum sentido, dedilhava cada detalhe como numa precisão cirúrgica.  Por sua vez havia entendimento do outro lado. A experiência era conhecida. O dia lento e sem muita razão, lembrança do que estava escrito, complemento daquela forma de pensar que não era sua, mas que poderia ser por tamanha semelhança fechou a frase. Aí debaixo do cobertor se sentisse bem: essa chuva, e esse friozinho o retornaria a algum canto conhecido. Não vá se perder com as dúvidas. As palavras repetidas agora clamavam por outro colorido. O dia amanheceu chovendo com uma barreira nova. Lá do outro lado alguém sentia as mesmas coisas de antigamente. Parecia você. Não era tristeza, muito menos alegria, somente o latido do cão na rua, o freio do carro na esquina, e o que mais te alimentava por dentro. Uma comida que já te saciou. Um minuto e a mulher da reportagem estaria morta. Esse dia vai ser comemorado. Ela estava sem graça. Alguns dias para uma nova percepção. Essa é a maneira de ficar bobo, e nada precisa explicar. O lar da cidade continua até você saber o que precisa ser guardado. As ruas já estão secas, e alguém que não sei o nome passou lá do outro lado. Escuto um espirro. Tabelas práticas que fazem parte desse instante. Que nos faz calar para depois escrevermos o que não se consegue dizer por não encontrar as palavras correspondentes. Alguém que não sei o nome caminha na direção contrária. O outro texto, o da voz rouca, terminou bem.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

de braços abertos pro carnaval

"e me disse esquisitices / e que também vai se guardar / para quando o carnaval chegar". vim cantando essa música da banda cachorro grande. e a lembrança do carnaval me perseguiu por um longo tempo. é bacana ver as pessoas nas ruas. quando não acaba em porrada até surge alguma irreverência. e carnaval é isso: farra. e só é bom se você tomar um belo porre, e depois cair nos braços das meninas no meio da folia. uh! vem cá, danada. pena que o carnaval de rua aqui em brasília remete bastante a questão política. idéia caquética. coisa ultrapassada. carnaval político não dá. carnaval é farra, ora. aí você vai pra rua e tem que se lembrar do sarney, do tiririca, da dilma, do lula, do bolsa família, dos r$ 545,00 do salário mínimo. puta merda! não dá! é complicado. o ano todo eles já nos enrabam com gosto, e ainda temos que convidá-los pra festa? creio que brasília precisa retomar as rédeas e expulsar esse tipo de gente. político não pode entrar na festa. o bacanal é só do povo, ora. se político cair na folia, ele deverá ser enrabado. e com um agravante: camisinha de pneu de caminhão ao seco. fora políticos! chega desse tema. o carnaval de vocês é bem sem graça. que volte a irreverência. que volte a contramão. abaixo o bom mocismo. abaixo o politicamente correto. aumenta o som. chega dessa classe-média-tapinha-nas-costas. vá gostar de carnê lá na china, pô. argh! pro funcionalismo público também. abaixo o cordão de isolamento. a parada é estourar o cheque-especial. entrar de penetra. curtir sem ser convidado. carnaval é a melhor maneira de você esquecer que joga o jogo deles, e sabe que no fim vai se dá mal. então entra na festa de sola, meu caro folião, minha querida foliã. semana que vem prepare a sua fantasia. divirta-se! ao invés de descansar num resort, hotel fazenda, ou qualquer outro aconchego, vá pra farra, e se possível, na quarta-feira de cinzas, volte acabado (a). já chega pedindo dinheiro emprestado. depois confirme pelo esquecimento. dê o cano! volte com o namoro abalado. o noivado adiado. com a família querendo te internar num sanatório. a sogra te xingando os nomes mais sujos. volte abraçado (a). e quando chegar de ressaca remarque o casamento para só depois da páscoa. peça um tempo. só há descanso, se houver farra. antes disso: carnapolítico já passou. quando a velha te olhar enviesada, você poderá cantar sem medo algum - “a pipa do vovô não sobe mais...”

De volta pra Gávea!

Espero que esse papo já tenha acabado. Bora, deixa de onda. Passa ela pra cá!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Conhece?

 
Ernest Hemingway

Hotel Lord's

Beggars Banquet
Os passos atrás da porta
Um cochicho desnuda a madrugada 
O acorde vem de longe
(RF)

Volante de loteria

Tim-tim!
A tua corte agradece
Um brinde!
O nosso astro merece
Ao teu fã-clube fiel
Dá autógrafo em talão de cheques

Big boss
Tua mão aberta enobrece
Dignifica
Nós que sonhamos em espécie
Classic vira rolex
Sob o luar do teu deck

Só festa "relax"
Boca livre na certa
Robin Hood gentil da galera
Protetor das artes práticas
Valorizando quem sabe
Levar vida fácil, fácil
Vida fácil
(Cazuza)

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A Festa em Poucos Segundos

Pelo caminho esqueci as chaves. Deixei uma letra inacabada. Fui preguiçoso. Sem tédio. Também não tava nem aí. Se ficasse com cara feia. O problema não era meu. Cara feia pra mim é fome. E eu já almocei. Comi tão bem que nem vou jantar. Na minha frente um puta contra-filé grelhado, um pedaço de pescada amarela assada, um copo de chope. E depois tive um pouco de tranquilidade ali no canto da mesa. Pessoas ao meu redor conversavam. De longe: uma música de vozes. Vozes tímidas, irritantes, carinhosas. E esqueci também a chatice. Desse bocado de rosto amarrado que a gente topa durante o dia, e pensa que a vida não presta. Realmente ela não presta, mas não precisamos dar tanta bandeira, né. Cara de mal. Todos no papel certo. De repente você começa a perceber as coincidências. As opiniões em certo momento, elas se complementam, e você quer tentar descobrir algo nas entrelinhas. Lembro da minha cara de mal. Tento mantê-la no momento certo. Discordo. Acho que tô certo. Mas no fundo entendo que o entrevistado agiu por camaradagem. Até perdôo, mas pra quê tanta política de boa vizinhança? (Um instante de ruptura) Paralisa! Atravessa a rua. Vai... Na frente de um prédio comercial no setor bancário sul estaciona uma Mercedes Benz. Uma mulher vestida de executiva vai até a janela do carro, e abaixa para falar com o passageiro ao lado. Uma linda bunda de quatro pro mundo. E ela ali na maior naturalidade. Presenteando o nosso lindo planeta com esse pequeno descuido. Esse gesto terno de amor ao próximo. Eu olho, é claro. O meu olhar é clínico. E diplomado. Que coisa linda! Meia fina. Até a mulherada percebe aquela abaixadinha despretensiosa. Vejo os sorrisos encabulados. Mas mesmo assim, nem tentam avisar. Será que ela combinava alguma festa? Do tipo: mais tarde a gente se encontra. Ontem a Gorete fez as minhas unhas. Divagações & mais divagações. Deixa pra lá. Só sei que por 15 segundos sorri verdadeiramente bem. Quando dobro a esquina topo com quatro caras amarradas. Olho pra trás e ela ainda tá lá. Penso em voltar.
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Uma música bonita em homenagem a linda do almoço. PLAY

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A Caneta

Escreve alguma coisa. Tá. O portão está muito sujo. Não. Isso não vale. Então, daqui a pouco vai chover. Ah! Isso também não vale. Tem que ser algo legal. Tá bom vou tentar. O maior barato é quando é ilegal. Pô! Isso ficou horrível. Não vale também. Tenta de novo. Ok! fhhajs kseiesik akskeheal O que é isso? Ué! Uma frase. Ah qualé tá brincando comigo? Não entendi. Não vale também. Putz! Escreve alguma besteira, aê. Tá. Vou escrever: alguma besteira. Pô! Não vai sair nada? hanskeng kieiensksaeron leekskspondase Mas que diabos é isso? Traduz! Tô ocupado. Depois apareço.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Que tal uma cervinha depois da partida?

Não entendo absolutamente nada de Super Bowl, ou Baseball. Sinceramente acho esses esportes um saco. Mas parece que o super boll é interessante, né. Vou começar a ler um pouco mais. Vou sacar como funciona as regras. E quando a mulherada for jogar quero ser o primeiro a abrir uma latinha de cerveja em frente a tv. Preciso dar mais credibilidade a esse esporte tipicamente americano. Vou olhar com mais carinho. Realmente o Super Bowl parece ser um esporte muito interessante. Gostei. Aqui

Aos 37 segundos da Little & A

O Keef manda muito bem nessa música. É bom escutar. E seguir a levada. Vou em frente. PLAY

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Isca Infalível

Hot Dog pra Peixe. Essa isca é muito simples. Ela serve para fisgar Surubim em pesque-pague. Além de servir também de tira-gosto, caso dê tudo errado na sua pescaria de fim-de-semana. Aí nesse caso só faltaria a batata palha, o molho, o milho, & o pão. Mas vamos em frente. Alguns peixes são exigentes, só fisgam, se a isca, for feita na chapa. Tem peixe que gosta ao molho, por exemplo, o tambaqui. O pintado por ser um peixe mais cobiçado prefere mais grelhado. As piranhas... Bom! O segredo da pescaria em pesque-pague é você saber como funciona o paladar dos peixes. Com o passar do tempo eles se desenvolveram, e se adptaram ao ambiente. Se nas primeiras horas você não conseguir pegar nada. Molhe a isca com cerveja, jogue uma gota de pimenta, e boa sorte, lembre-se que para uma boa pescaria, a cerveja tem que tá gelada, senão os peixes não vêm. E outra, não adianta se desesperar. Peixe quando não tá com fome é igualzinho ao pescador, faz um corpo mole danado.

Vamos fazer uma Pós-graduação?

Muito mal feita essa propaganda do Uniceub (abaixo). Mal gosto do caralho. O que tem haver velhice com estacionar na carreira?! Com certeza gastaram uma grana pra fazer isso, né. E outra: gastaram mal. Tem muito velho aí que tá na ativa, e bota pra quebrar, ora. No geral, parece que a noção que temos sobre envelhecer é de que tudo já está acabado. Que isso, pô? Conheço muitos amigos do meu pai que estão curtindo muito mais do que eu. Toda sexta-feira os coroas se reúnem num barzinho, e ficam zoando um da cara do outro sem piedade a tarde inteira. De vez em quando apareço por lá e me acabo de rir. E os velhos não ficam parados. Cada um com o seu projeto de vida. Uns vão pra Argentina, Europa, e até pra casa do caralho. Outros estão estudando, fazendo curso, ali na ativa. Então acho que essa propaganda está desatualizada. Terrível. Me lembrei do Philip Roth quando falava do seu livro - Homem Comum - "A velhice não é uma batalha. É um massacre a que todos estamos condenados". Aí Uniceub! Tira essa merda do ar! Que porra de pós-graduação é essa? Aqui

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Natação

Bacana! Quero dedicar essas fotos ao velho Santiago, personagem do livro - O Velho e o Mar do Hemingway. Aqui

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

FLA

Ontem vi o jogo do mengo num bar. Pô! A tv estava longe pra caramba. E eu que já enxergo meio embaçado quase não acompanhei o jogo direito. Só sei que o Nova Iguaçu jogou pra caralho. E a cerva pegou. Mas o importante foi que o Mengo levou a partida. E também já estava na hora de acabar com esse negócio de estreia do Ronaldinho. Pronto. Quero gol, pô. Mudando de assunto: o que eu tenho recebido de e-mail zoneando o Vasco não tá no gibi, vem de todos os cantos: de palmeirense, botafoguense, gremista, tricolor; parece que todo mundo resolveu pegar no pé dos caras, hehehe, o Mengo agradece, rapá....

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Um minuto por favor

Estava num ponto de ônibus na asa norte quando o camarada se aproximou. Ele até que tava bem vestido. Passou por mim batido e ficou no orelhão como se estivesse fazendo uma ligação. As pessoas olhavam pra ele de maneira estranha. Um pouco antes o cara conversava com essa gente, e depois perguntava alguma coisa pra si mesmo. Todo mundo ali ficou atento aos seus movimentos. Num instante o cara recomeçou o ritual. Teve gente que não estava com muita paciência e o tratou mal. Até que ele chegou perto de mim.
- Se fosse o horário antigo. Que hora seria agora?
Não dei bola. Se respondesse poderia ser pior. Então o cara voltou até o orelhão e tirou o fone do gancho. Se fosse o horário antigo seria 10:23 da matina. Mas pra que diabos ele queria saber das horas?

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

the ondas

Pow! Puf... Aê! porra! láááá akdjhej bla al 76783y2ifj Vai as letras. Vem um pouco pra não-folia. Triste. Vomitando no meio da avenida. Sem som. Sem dança. Cuspe na autoridade. ééééééééé p´pepejqjb jue toma uma palavra: assunto. nenhum! Psiu... deu o post. foda-se o post. tchau