quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Céu Nublado, Umidade em Alta

Aí vai um poeminha que eu fiz ontem a noite. Ótima quarta-feira pra gente! E feliz aniversário minha amiga!
......................................................

Tudo Bem
(Rodrigo Ferreira)


Tava pensando nesse lance de poesia
Nessa coisa de fazer letra de música
Texto em prosa, crônicas, contos

(Tem uma música instrumental vindo lá da sala)

Sempre me preocupei em tentar fazer algo que me agradasse
E também que tivesse algum valor literário
Mas prefiro me preocupar com a questão do ficar satisfeito
Até mesmo porque não entendo muito bem o que quer dizer: valor literário

(Tá passando um avião bem aqui em cima de casa)

Cada vez que tento fazer alguma coisa
E me deparo com esse lance de conteúdo
Pressinto que me aproximo de mim mesmo
Mas às vezes quando vejo a forma ali embutida
Também pressinto certo afastamento
Parece que não sou aquilo
Parece que já tinha visto em algum outro lugar
A caligrafia me assusta
Mas então, onde está porcaria do erro?
Seja poeta!
Confesso que essa palavra, poeta, nunca me agradou
E já escutei que sou um poeta
Mas pra sacanear digo que prefiro punhetar do que poetar
Que isso cara!
Então você tá sacaneando?
Não!
Não faço isso para desmerecer essa coisa da profissão,
Ou essa tal magia que os poetas
Exercem sobre as pessoas
É porque esse mundo artístico também tem muita onda, sabe
E poucos valem a pena que escrevem
Mas se alguém achar que é difamação
Ah! Foda-se! Pode ir ler o seu horóscopo do dia
É capaz de você encontrar algo que gostaria de ouvir

(O som do ônibus na curva lá do balão vem baixinho)

Mas aí é que tá?
Se você for pegar qualquer artista que produz algo
E garimpar bastante
É bem capaz também de encontrar um peteleco de um outro autor ali
Algum resquício estilístico, um porre parecido
Uma conversa fiada, a falta de mulher
A corrente segue e esse negócio de originalidade
Vai ser sempre um problema
Nunca encontrarão a fórmula correta
Algumas já estão mais do que batidas
Outras dão lucro
Outras nenhum tostão
O mercado nunca foi bobo
Vai caber ao artista resolver as suas questões
Os seus arranca-rabos, e depois ver que bicho vai dar no papel

Existe poeta que se esconde atrás das palavras simplesmente pelo fato
De vê-las bonitas, rimadas, e saudáveis
Ou então raivosas, chorosas, e sei lá mais o quê
  
O Bob Dylan disse que para fazer uma música
Bastava você pegar uma canção que gostasse muito
E mudasse algumas coisinhas para não dar muito na cara
Se essa afirmação proceder
Ótima dica!

Outro dia o poeta Luís G. Montero comentou no Correio Brasiliense

(Não conheço nenhum poema dele)

Que a poesia é a reivindicação da consciência individual

Constatou que nessa época em que poderosíssimos meios de controle tomam de assalto
o poema é um espaço público em que duas consciências individuais podem dialogar

É o ser humano que quer ser dono do seu próprio pensamento

Nunca fiquei agoniado em ser original
Já nem sei se sou dono de nada
Mas o pensamento sempre me intriga
E de vez em quando me pergunto:
Por que estou pensando assim?
De onde veio isso?
Mas mesmo assim escrevo
Só penso que tem que ter algo ali
Só o tempo vai poder dizer alguma coisa
Mas até lá é bem capaz de muita gente já ter desistido pelo caminho
“O poema é um espaço público”
A consciência embutida no poema também pode falhar
Pode ser mixuruca
O poema não pode ser bom
E o que está errado: o pensamento, a forma?
O próprio poema?
Nesse mundo em que a falsificação impera solta
A confusão será bem maior

E escrever tem das suas tramóias
Não tem jeito e nem escapatória
O leitor vai ter que bater a cara na parede
Se achar que não é pra ele

(Senti uma pontada na altura do baço, o baço fica no lado esquerdo ou direito?)


Jogue o livro fora
Leia para ficar gago
E também para escutar o seu jeito de se comunicar em certas situações
Na verdade o que desejo é topar com a minha emoção
Só escrevo para evitar de ficar falando sozinho
Principalmente quando não estou conversando com ninguém
E ainda assim me olham atravessado
Às vezes isso acontece quando estou na rua, ou no comércio
Ou até mesmo em casa com a família
Sei que sou louco, mas em determinados momentos
É melhor não dá bandeira
Nem sempre sabemos o que podemos nos deparar
A chatice pode está ali do outro lado
E se você vacilar
Já era...
Aguenta o sufoco!
Sozinho
Sozinha
No espaço público
Mercadoria caída de caminhão
Não dura meia hora
Quem pegar primeiro leva pra casa
E assim vamos em frente
Salvem-se quem puder!
Quer realidade melhor?

3 comentários:

Alan disse...

De ressaca e no trabalho, pô cheguei em casa já eram 03:30h as 08h ja tinha que está aqui no trabalho, sono do caralho, só tomando um café e escutando um Bob Marley (Time Will Tell) pro dia começar mais fácil.
POSITIVE VIBRATION !!!!

Abraço

Alan disse...

E ae, como foi os esquemas ae ontem? Rolou até que horas?
Pô hj têm uma banda cover do Kings of Leon no Gates, acho que vou descer pra lá com a mulher...Abraço!

RF disse...

Foi tranquilo. Som e cevada até mais tarde um pouco. Grande Abraço!