quarta-feira, 9 de maio de 2012

Aos Velhos Tempos


“O segredo da criatividade é saber como esconder as fontes”. Essa frase é atribuída ao Einstein. Não tenho como confirmar. Pode até ser ironia, mas nem sempre confio nessas fontes aqui da internet. Às vezes a gente encontra uma frase, ou um pensamento de algum autor e fica na dúvida. Tento pesquisar, só que às vezes posso quebrar a cara também. Sendo pensamento do Einstein ou não, quebrando a cara ou não, essa frase se encaixa perfeitamente na ideia do rock and roll. Sempre que escuto uma banda nova ou até mesmo uma velharia tento descobrir o seu DNA. Existem algumas em que a influência está tão evidente que nem precisamos de muito esforço. E eu escuto rock desde moleque. Gosto de diversos ritmos, só que esse tal de roque and roll é foda. E desde dessa época que fico aqui com os meus botões ligados. Quando o meu rádio vagabundo fala mais alto, quando sinto algo estranho no ar, me faço aquelas velhas perguntas de sempre: será que já se exploraram todas as formas de se tocar rock and roll? Será que o ritmo realmente vai ter um fim? Acredito que não. E é por isso que essa frase me salva. Creio que com a facilidade dos canais de comunicação muita porcaria é jogada no ar, assim temos a impressão de que se avança pouco ou o que temos na praça é somente um cachorro que tenta morder o próprio rabo. Na verdade são poucos os artistas que entendem que o rock age como um camaleão pra poder atacar. Pow! Talvez a necessidade de se inovar traz ideias precipitadas de como entendemos o novo. Parece que a cultura do entretenimento precisa cada vez mais ser alimentada. E nessa agonia o hype come solto. Como se aquilo fosse único, nascido sem influência, vindo, sei lá de onde. E vendem qualquer porcaria nessa agonia de se manter as aparências. Infelizmente a arte acaba em segundo plano. Ontem assisti o filme Cadillac Records, e essas questões voltaram a me dar um peteleco no pé da orelha. Por que se existe essa tal agonia: pra onde vai o rock, pelo ao menos, de onde ele veio isso ninguém tem dúvida – o blues
Etta James interpretada por Beyoncé Knowles

O filme aborda sobre a gravadora Chess Records, e dá um panorama da época (dos anos 40 até os 60). Além do blues vai mostrando o início do rock and roll. Quer dizer: o lance é saber mesmo como esconder as fontes, e pra mim a criatividade está em usar os conceitos. O primeiro disco dos Rolling Stones é basicamente de covers. E várias canções são dessas bandas que passaram por essa gravadora de Chicago. Os Stones no início da carreira pisaram por lá também. Eles ficavam escutando e tentando decifrar aquelas canções. Pegavam cada parte das músicas e ficavam analisando. Olha, daqui vai pra cá, depois tem um refrão, a letra fala disso, fala daquilo. Buscavam o seu DNA. Não é nada demais descobrir de como se funciona a técnica. Depois é só deixar a criação entrar em cena. O tempo vai dizer se você atingiu o que pretendia atingir ou não. Aliás, o filme me serviu pra admirar ainda mais o Chuck Berry. Aquele jeitão dele tem haver com a sua história. A segregação era geral. Negro tomava porrada o tempo todo. E o velho não deixava por menos: peitava os caras sem dó nem piedade. As galegas o procuravam quando ele estava dormindo no seu carro. Foi parar na cadeia só porque deu carona pra uma. A rivalidade era grande entre eles. O filme mostra também um pouco sobre a Etta James. Uma voz divina. E o fluxo vai adiante. Há pouco tempo veio a Amy Whinehouse. Anos atrás tivemos outras grandes cantoras, mas a essência nunca muda. Tem que ter alma. E infelizmente a cultura do entretenimento parece ignorar isso, mas o blues continua aí vivo com o seu filho bastardo chamado rock and roll. Belo filme.
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Programação no canal Max Prime. Domingão vai passar novamente. Etta James: PLAY

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